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Por Benjy Sarlin
O ex-vice-presidente Al Gore apareceu no Meet The Press no último domingo para discutir a ameaça da mudança climática e os esforços irregulares do mundo para construir um futuro sustentável.
Como o ex-correspondente da NBC News Luke Russert apontou no Twitter após a entrevista, era uma posição familiar para Gore, que apareceu repetidamente no programa de TV mais antigo do país para defender a ação.
Quase 30 anos atrás, Gore visitou o set no momento em que a Costa Leste estava sofrendo com uma onda de calor recorde que viu as temperaturas atingirem três dígitos. Quando o moderador Tim Russert mencionou o assunto, Gore alertou que, embora nenhum evento climático pudesse ser atribuído de forma decisiva à mudança climática, o padrão geral apontava para temperaturas mais altas e mais perturbações.
"A maioria dos cientistas nos diz há anos que a tendência de aquecimento de longo prazo aumenta muito as chances de que qualquer ano produza um número muito maior de dias de 100 graus", disse Gore. "E essa tendência foi confirmada ao longo dos últimos anos. Vimos recordes quebrados com regularidade."
As temperaturas globais médias realmente quebrariam recordes nas três décadas subsequentes, provocando mais alarme entre os cientistas, aumento do ativismo, novos acordos diplomáticos e um esforço frágil para eliminar emissões nocivas com tecnologias como energia renovável e veículos elétricos. Acontece que a aparição mais recente de Gore no domingo coincidiu com outra onda de calor recorde em julho que queimou muitas das mesmas cidades que foram afetadas durante sua entrevista de 1993.
Apesar do crescente ímpeto para a ação climática ao longo da carreira de Gore, não foi suficiente para fazer com que a agenda de energia limpa do presidente Biden passasse pelo senador democrata Joe Manchin e 50 republicanos, tornando-o o terceiro presidente democrata consecutivo incapaz de aprovar sua principal prioridade ambiental. A pressão do próprio Gore por um "imposto BTU" e a proposta cap-and-trade do presidente Obama também foram aprovadas na Câmara, apenas para morrer no Senado.
Benjy Sarlin é editor de política da NBC News.